EVENTO
Diagnóstico Genômico de Agamaglobulinemia a partir de Dados de Sequenciamento de Exoma Utilizando Ferramentas de Biologia Computacional
Tipo de evento: Defesa de Dissertação de Mestrado
As imunodeficiências primárias são doenças raras de origem genética que se caracterizam por disfunções no sistema imunológico. Os tipos mais comuns de imunodeficiências são as deficiências de produção de anticorpos. Essa deficiência na maior parte das vezes é causada pela falha na maturação de linfócitos B. O gene BTK é um dos principais genes envolvidos nos processos de desenvolvimento, diferenciação e sinalização de linfócitos B, bem como na maturação dessas células. Mutações neste gene têm sido associadas ao fenótipo de Agamaglobulinemia Ligada ao X (XLA). Apesar de algumas mutações patogênicas neste gene serem conhecidas, a origem genética deste fenótipo não está elucidada. Neste sentido, análises genômicas em larga escala como as que utilizam Sequenciamento de Nova Geração (NGS), podem permitir a identificação de variantes genéticas de forma abrangente, precisa e acurada de forma a ajudar no diagnóstico de pacientes portadores de XLA. A fim de identificar variantes genéticas associadas ao fenótipo de agamaglobulinemia, o objetivo do presente trabalho foi o de analisar o repertório de mutações raras e possivelmente patogênicas em pacientes com agamaglobulinemia a partir de dados de sequenciamento de exoma. Para tal, foram extraídas amostras de DNA de sangue de sete pacientes do sexo masculino, oriundos de seis diferentes famílias brasileiras com fenótipo imunológico compatível com agamaglobulinemia. Estes pacientes apresentaram linfócitos B (CD19) abaixo de 1% e baixosníveis de imunoglobulinas. Através da análise do exoma e abordagens integrativas de Biologia Computacional foi possível identificar seis variantes raras para o gene BTK nos sete pacientes, sendo quatro delas inéditas. Dois dos pacientes apresentaram a mesma variante rara e são irmãos. Três variantes alteraram o aminoácido codificado (Missense), duas delas alteram a fase de leitura dos códons no DNA (Frameshift) e outra introduz um de códon de parada prematuro (Nonsense). A identificação destas variantes no gene BTK, bem como a caracterização de outros genes envolvidos e possivelmente afetados nos pacientes através de abordagens de Biologia Computacional, pode ser utilizado como uma ferramenta promissora para o diagnóstico genético de portadores de agamaglobulinemia de forma pioneira no Brasil
Data Início: 25/02/2019 Hora: 13:00 Data Fim: 25/02/2019 Hora: 17:00
Local: LNCC - Laboratório Nacional de Computação Ciêntifica - Auditorio B
Aluno: Ronaldo da Silva Francisco Junior - - LNCC
Orientador: Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos - Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC
Participante Banca Examinadora: Enrique Medina-Acosta - UENF - Luciane Prioli Ciapina - Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC Zilton Farias Meira de Vasconcelos - FIOCRUZ -
Suplente Banca Examinadora: Marisa Fabiana Nicolás - Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC